Aqui na Casa da Boia, não temos apenas um prédio, mas uma parte da história de São Paulo. Nossa casa na Rua Florêncio de Abreu não é apenas uma construção; é um pedaço de quem somos. Quando a Prefeitura decidiu proteger a arquitetura do Vale do Anhangabaú, nosso casarão centenário era um fragmento dessa narrativa.

Em 1974, Benedito Lima de Toledo e Carlos Lemos, professores da FAU-USP, iniciaram um estudo que levou ao reconhecimento do potencial histórico e arquitetônico de vários imóveis na Rua Florêncio de Abreu. Esse olhar cuidadoso inspirou a formação de zonas especiais na cidade e o processo de tombamento de área do Vale do Anhangabaú, com a preservação de diversos prédios, incluindo o nosso querido edifício. Mas a nossa Casa não é só tijolos; é também sobre família. Você sabia que, lá pelos anos 1909, o fundador Rizkallah Jorge e sua família moravam aqui? Sim, dividiam o mesmo espaço que você pode conhecer em nossa visita. No térreo, a loja e a produção; no primeiro pavimento, o aconchego do lar. A fachada conta mais uma parte dessa saga. Se observar bem, verá detalhes que revelam a separação entre o comercial e o residencial. Pedras cinzas e vitrines no térreo, ornamentos elegantes e varandas no pavimento superior. Uma espécie de fronteira, não só entre espaços, mas entre o público e o privado, como se a Casa contasse sua própria história. A boia na fachada é o símbolo que projetou nosso comércio de cobre Brasil afora. Inicialmente, produzíamos itens decorativos, mas a demanda nos levou a também criar produtos sanitários, como sifões, boias para caixas d’água e canos. Uma escolha que se entrelaçava com as necessidades da época. Então, ao caminhar por nossa sede, você está prestes a descobrir um capítulo da história de São Paulo. Sinta-se em casa na Boia!